Obras públicas atrasam recuperação do setor da construção

A Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) considera que o setor da construção “continuou, nos primeiros meses de 2015, a revelar um comportamento assaz instável, com a melhoria de alguns dos indicadores da atividade e o agravamento de outros”. A escassez de obras públicas preocupa a entidade.

“Do lado positivo estão aspetos como a confiança dos empresários, o crédito à aquisição de habitação e a avaliação bancária para o efeito, o licenciamento de habitação e o desemprego oriundo do setor”, refere, em comunicado, a FEPICOP. “Já o crédito às empresas, a procura, o licenciamento no segmento não residencial, o emprego assegurado pelo setor e o mercado das obras públicas imprimem um andamento manifestamente negativo da atividade”, acrescenta.

De acordo com a entidade, entre janeiro e março deste ano, o crédito à habitação registou um aumento homólogo de 43%, tendo atingido os 715 milhões de euros. Trata-se, ainda assim de um montante bem inferior ao verificado em igual período de 2010 (2.476 milhões de euros). No que diz respeito ao valor médio da avaliação bancária, subiu 2,6% em termos homólogos, para os 1.016 euros por m2.

Já o crédito às empresas” manteve-se em queda, tendo registado, em março, uma redução homóloga de 12,7%”.

Os licenciamentos de obras (2.175) aumentaram 4,8% face ao primeiro trimestre do ano passado, sendo que as licenças de construção de habitação nova aumentaram 15,6% e as obras de reabilitação caíram 11,8%, conclui a FEPICOP.

Em queda estão também os concursos de empreitadas de obras públicas – houve apenas 625 até final de abril, menos 41% que no período homólogo. “Também o volume de contratos celebrados nos primeiros quatro meses de 2015 caiu 41% relativamente ao registado no primeiro quadrimestre do ano passado”, adianta a federação.

in idealista.pt